Hoje ao chegar em casa, me deparei com o chão todo pintadinho de vermelho: um tantão de acerolas maduras que caíram. O mais incrível é que entro e saio todos os dias, passo pelo mesmo lugar e simplesmente não tinha nem notado que o pé de acerola estava sequer com flores, que dirá as frutinhas maduras. E isso me fez mais uma vez parar pra pensar no quanto a gente deixa a nossa vida ligada no automático.
Sentei na varanda e fiquei parada por um tempo refletindo, e ao mesmo tempo me sentindo triste por deixar que o tempo, a vida, passem assim, rápidos, sem deixar rastro. Pensei que geralmente o que me faz pensar em como foi o dia, é exatamente o que eu deveria esquecer: um aborrecimento, um stress, um problema.
Ai peguei uns baldinhos e fui catar as acerolas do chão e colher um tantão que estava no pé, tão vermelhinhas!!! Aproveitei pra pegar também um monte de mangas que também estavam lá, caídas. Peguei a máquina e decidi registrar a primavera, que estava ali pra mim, todos os dias, e eu infelizmente ignorei. Sabe aquela coisa doida de falar com as plantas? Não, não fiz isso, mas agradeci internamente por poder enxergá-las e por elas serem tão lindas e estarem ali para o momento em que eu finalmente despertasse.
Olha só!
Manga madurinha na mangueira, ao alcance das minhas mãos.
Fala aí se não dá vontade de chegar bem pertinho dela e dizer baixinho: "Obrigada por ser tão linda"
E toda essa beleza sempre esteve aqui, no jardim da minha casa. E eu muitas vezes nem reparo...
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